Em meio a degradação do meio ambiente e o aumento das emissões de gases de efeito estufa (GEE), nações selam acordos e compromissos objetivando frear ou ao menos reduzir tais emissões na atmosfera no longo prazo.
O Acordo de Paris traz esse compromisso em reduzir em ate 50% das emissões de CO2 até 2050 além de uma série de outras medidas que exige transformações nas cadeias produtivas desses países. As mudanças dos paradigmas tecnológicos requer investimentos vultosos e a construção de ambientes de negócios que favoreça e impulsione definitivamente uma economia de baixo carbono.
Diante desse contexto, o setor energético exerce um papel central na redução das emissões de CO2. A substituição do uso de combustíveis poluentes (diesel, carvão) por outros insumos energéticos menos danosos ao meio ambiente tais como biomassa, fonte solar e eólica estão na mira e nos planos futuros das nações que já iniciaram essa transição energética.
A transição energética não é um processo linear e tampouco de médio e curto prazos. Os desafios enfrentados em um processo de transição energética são muitos e percorrem desde a capacidade dessa economia em absorver novas tecnologias de uso energético até a sincronização e coordenação nacional de políticas que facilitem a criação de ambientes de negócios favoráveis à inserção dessas tecnologias em um novo contexto industrial, econômico e ambiental. É necessária a construção de um aparato institucional que garanta e incentive estratégias de negócios na direção de uma economia mais conectada, digitalizada, eletrificada, automatizada.
O Brasil, desde os anos 2000 vem incentivando o uso e a inserção de fontes renováveis de energia na matriz energética brasileira os desafios são inúmeros. Em 2002 criou o Programa Nacional de Incentivo ao Uso de Fontes Alternativas, Lei no 10.438, que fomentasse a participação de fontes alternativas renováveis (pequenas centrais hidrelétricas (PCH), usinas eólicas e empreendimentos termelétricos a biomassa) na produção de energia elétrica no país.
Desde então a expansão das fontes renováveis na matriz energética brasileira tem ocorrido de forma expressiva. Estima-se que em 2030 o uso das fontes renováveis (PCH+Eólica+Biomassa+Solar ) atinja a participação de 33% da matriz energética brasileira considerando a participação de 54% de uso da fonte hídrica o Brasil terá uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo.
Esse cenário é animador mas outras ações devem ser consideradas para que a transição energética ocorra de fato. O conceito engloba outros setores da economia como o de transportes, algumas cadeias produtivas energointensivas (siderurgia, metalurgia, cerâmica), setores com elevado grau de automação (conectividade, transmissão de dados, etc) entre outros.
A discussão sobre o tema trará nas próximas publicações dessa coluna, os desafios e oportunidades existentes no âmbito nacional e principais iniciativas que vem sendo adotadas de modo que o Brasil alcance as metas de redução de emissão de poluentes.
A transição energética em pleno século XXI constitui a resposta sensata a um mundo cada vez mais conectado. O uso da tecnologia esta presente em todos os níveis das cadeias produtivas mundiais. A recuperação do meio ambiente perpassa pela tecnologia, pela biotecnologia de modo a garantir a continuidade da produção de bens e serviços e consequentemente a sobrevivência da espécie humana.