#ÉFOCOÉNOTICIA

Teatro do Parque completa 105 anos recebendo os preparativos finais do maior trabalho de requalificação já feito no prédio histórico

Prefeitura do Recife conclui até o fim do ano cuidadosa obra de restauro, sem precedentes na história do teatro, que devolverá ao equipamento as características originais de 1929, após um minucioso trabalho de pesquisa histórica. Teatro será equipado com maquinário de projeção, iluminação e som de última geração
 
Um dos mais antigos e queridos equipamentos culturais da cidade, o Teatro do Parque completa 105 anos nesta segunda-feira (24), recebendo os preparativos finais da minuciosa e grandiosa obra de requalificação e restauro executada pela Prefeitura do Recife, que resgatará do descaso de muitas décadas um dos últimos teatros-jardim do país e devolverá às suas instalações toda a história e a beleza que elas têm para contar.
 
A grandiosa intervenção realizada pela Prefeitura do Recife no equipamento histórico combina obras civis com um delicado trabalho de restauro de toda a estrutura predial, bem como de elementos decorativos, para devolver as características do projeto arquitetônico original de 1929 à casa de espetáculos, que se sagrou unanimidade entre públicos de todos os estilos e preferências estéticas, idades e perfis socioeconômicos.
 
Passado e futuro dividirão espaço nas novas instalações do Teatro. Do ponto de vista técnico, o Parque será alçado à condição de uma das bem equipadas casas de espetáculo da capital pernambucana, com maquinário cênico de última geração, climatizado, com acessibilidade para pessoas com dificuldade de locomoção ou deficiência, câmeras, sistema e cortina de prevenção contra incêndio.
 
Mesmo se tratando de um trabalho minucioso, cujos desafios foram e continuam sendo potencializados pela idade do prédio e pela situação em que as instalações se encontravam, após sucessivas reformas apressadas e pouco cuidadosas, as obras do teatro encontram-se dentro do cronograma previsto, apesar dos contratempos impostos pela pandemia nos últimos meses. A conclusão dos trabalhos acontece até o fim do ano. 
 
Entre outras intervenções, foram recuperados alicerces e sistema de drenagem do prédio histórico, já bastante danificados, além de retiradas as tubulações de refrigeração aparentes e muitas camadas de gesso e pintura, que escondiam a beleza do projeto arquitetônico, devolvendo à casa de espetáculos as características de 1929, com direito a afrescos recuperados, pisos e cores nas paredes e colunas reproduzidas com rigor histórico, em respeito à beleza e à história do equipamento cultural presente nas memórias afetivas de muitas gerações de recifenses.
 
Um dos únicos teatros-jardim do Brasil, o Parque ganhará um projeto de paisagismo especial e convidativo ao público. Além de ser um espaço que promoverá o encontro de pessoas, o jardim do Teatro será uma extensão do palco, podendo ser cenário para apresentações ao ar livre.
 
Importante ressaltar que o trabalho de recuperação da estrutura predial do teatro, executado pelo Gabinete de Projetos Especiais, em articulação com a Fundação de Cultura Cidade do Recife, foi fundamental para que toda a obra de reforma e restauração pudesse acontecer. A primeira fase da obra teve como objetivo sanar os problemas mais urgentes encontrados na estrutura da edificação para cessar a degradação crescente que vinha acontecendo. Todo o madeiramento, além de telhas, calhas e rufo do telhado tiveram que ser substituídos. Tubulações e fiações das instalações elétricas também precisaram ser completamente refeitas, além das instalações hidrossanitárias e do sistema de drenagem do teatro.
 
Depois começou o trabalho de pesquisa histórica para identificação dos registros mais antigos da aparência do Teatro ao longo de sua existência, que levou em consideração fotografias e documentos, além dos elementos encontrados no próprio prédio, encobertos por muitas décadas de intervenções superficiais e pouco cuidadosas. O resultado das prospeções foi a escolha do ano de 1929, quando o Parque ganhou status de cine-teatro, como referência para a requalificação do prédio. Só a partir daí, o restauro foi iniciado, em paralelo às obras civis.
 
Neste momento, estão sendo executadas obras complementares, relativas à subestação, instalações elétricas, acústica, paisagismo e climatização, dentre outras, em estágio bem avançado. Outra frente de trabalho está relacionada à confecção de varas de luz e cênicas e o Gabinete de Projetos Especiais já começa a receber os equipamentos de luz, som e cinema.
 
“Estamos ansiosos para devolver à cidade um equipamento completo, que será teatro, cinema, sede da Banda Sinfônica e da Cinemateca Alberto Cavalcanti, contando cada capítulo de sua história e oferecendo conforto e qualidade técnica ao público. O Parque é e continuará sendo, a partir de qualquer critério, um dos nossos teatros mais importantes: o maior teatro municipal e o único que une passado e futuro, com instalações históricas e maquinário altamente moderno. Tivemos a preocupação de preservar a história do Parque também nos serviços que serão oferecidos, assegurando a política de preços populares e a diversidade de programações. Até da porta para fora o Parque vai trazer mudanças, impactando na qualidade dos serviços públicos e privados ao seu redor”, diz o presidente da Fundação de Cultura do Recife, Diego Rocha.
 
“É um desafio grande coordenar as obras de restauro do Teatro do Parque. É uma obra delicada, que nos demandou uma pesquisa extensa e necessária para a realização da excelência do trabalho que estamos finalizando. O recifense está prestes a se reencontrar com um teatro completamente restaurado e, ao mesmo tempo, equipado com a modernidade necessária para voltar à cena cultural da cidade”, garante Simone Ozias, coordenadora geral das obras de restauro do Teatro do Parque.
 
HISTÓRICO – Um dos únicos teatros-jardim ainda existentes no Brasil, o Parque, como é carinhosamente conhecido por seu público saudoso, sofreu várias intervenções, ao longo de mais de cem anos de história.
 
Além da que está em curso, foram quatro grandes intervenções desde a inauguração do equipamento, em 1915. A primeira delas data de 1929, quando o Teatro foi ampliado e adaptado para a função de cine-teatro. A segunda aconteceu em 1968, quando o espaço recebeu ajustes de uma reforma que conferiu a ele características modernistas. 
 
A penúltima grande intervenção deu-se em 1986, quando foram observados alguns pequenos indícios de obras de restauração. Por fim, no ano de 2000, foram realizadas obras para instalação de sistema de climatização.

Sobre o autor

A oposição é necessária para avaliar a gestão, mas é importante distinguir entre oposição legítima e politicagem, que busca causar problemas e confundir a população. É preciso ficar atento para não cair nesse jogo manipulador.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *