Há pouco mais de quatro meses, as lives têm dado uma espécie de sobrevida à cultura, especialmente em seu viés de shows que podem ser contemplados de casa – levando em consideração que permanecer nela é a forma mais segura de se defender da pandemia do novo coronavírus.
Do samba ao brega, do pop ao rock, do sertanejo ao forró, de Milton a Gil, para “gregos e troianos”, nada tem sido mais democrático nos últimos tempos do que as transmissões ao vivo.
Mas, ainda assim, o apelo para que alguns nomes que seguem sem integrar o rol de apresentações virtuais neste atípico 2020, segue firme e forte. Para o cantor e compositor Caetano Veloso, por exemplo, a súplica por sua aparição vem desde abril e em uníssono.
Como assim spoiler? Dizer o que vou cantar? (…) Vai ter ‘Tigresa’ ”, adiantou-se Caetano, em rede social, confirmando a Paula Lavigne que sim, não só (e finalmente) vai ter live como será uma apresentação lendária.
Não à toa, o chamado para o show marcado para hoje, às 21h30 – dia inclusive em que completa 78 anos de vida – vem viralizando com a hashtag #LiveAlenda e pode ser contemplada através do aplicativo Globoplay.
Caetano traz para acompanhá-lo os filhos Moreno e Zeca, além de Tom. E com este último, a inédita “Talvez”, composta pelo filho em parceria com Cézar Mendes, será apresentada pela primeira vez ao público.
“Não poderia deixar de ser especial, além de ser em meu aniversário farei a apresentação inédita do single composto por meu filho e pelo Cézar, e que gravei junto com Tom (…) Ansioso para comemorar com vocês”, declarou em sua conta no Instagram, ocasião em que indicou um “pré save” da canção por meio de link nos stories.
Apesar da presença dos filhos o show de hoje, de acordo com o próprio Caetano, “não vai ser de ‘Ofertório’ ” – turnê em que o artista baiano percorreu Brasil e mundo afora ao lado dos rebentos, incluindo Estados Unidos, Europa e América Latina. Nos palcos ele alternava no repertório canções suas com composições assinadas pelo trio.
“Moreno, Zeca e Tom vão me acompanhar em algumas músicas”, esclarece sobre a apresentação de logo mais.
Assim como Caetano…
Desde o início da pandemia, Paula Lavigne em redes sociais não hesita em expor a pressão que tem feito a Caetano na tentativa de convencê-lo em fazer a live.
Sempre com uma câmera ligada, e agora com a confirmação de que vai rolar a apresentação, uma de suas insistências mais recentes teve como foco o repertório para a show desta noite, na tentativa de adiantar spoilers aos fãs.
O flagra registrado por ela na última quarta-feira foi um ensaio entre pai e filhos, cuja música de fundo que podia ser ouvida era “Cajuína” (1979) – um dos clássicos de sua carreira do disco “Cinema Transcendental”.
Caetano também postou em rede social um pedido para que os seguidores enviassem sugestões de set list para a apresentação já que ele “leva alguns palpites em consideração”.
Assim como Caetano, entre os “quilates” valiosos da Música Popular Brasileira que ainda não fizeram suas aparições em lives estão Gal Costa, Maria Bethânia, Djavan e Ney Matogrosso.
E o tanto quanto o cantor e compositor baiano, o clamor por estes e outros nomes para shows virtuais segue impávido, com a esperança de que nestes dias difíceis, e que ainda devem seguir por um bom tempo sem delicadezas, degustar sonoridades tem sido uma das poucas saídas para felicidades.
Fonte: Folha PE
Foto: Reprodução/instagram