O Recife apresentou seu Plano de Convivência com a Pandemia, nessa quinta-feira (11). Encomendado pela prefeitura e coordenado pelo Porto Digital, com a participação de vários cientistas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o cronograma prevê cinco fases e tem pontos similares ao plano estadual, mas terá datas diferentes, embora ainda não tenham sido anunciadas.
Por ter sido o ponto inicial da Covid-19 em Pernambuco, a Capital deve avançar antes de outras regiões do Estado em pontos da retomada gradual de atividades econômicas e sociais, como abertura de comércio de rua e praias. Até a quinta, o Recife contabiliza 17.685 casos e 1.402 óbitos, além de 13.582 pacientes recuperados.
“Estamos entrando numa nova etapa da pandemia, que é a etapa da convivência até que venha a vacina. Tudo vai ser monitorado e acompanhado. Em condições de aumento de número de pessoas doentes deve ser ampliado o isolamento para diminuir o contágio”, destacou o prefeito do Recife, Geraldo Julio, ao apresentar o plano. Ainda segundo o gestor, há centenas dos 930 leitos disponíveis para atendimento a pacientes com Covid-19 na rede dedicada da capital pernambucana, o que indica redução na sobrecarga.
As cinco fases de convivência com a pandemia – ilustradas com bandeiras nas cores vermelha, laranja, amarela, verde e azul – podem avançar ou retroceder de acordo com uma análise permanente dos indicadores de risco e relevância das atividades econômicas. Atualmente, o Recife está na fase laranja, que permite, por exemplo, abertura do comércio atacadista e shoppings para coleta e entrega, assim como prevê o plano estadual. Em breve, a Cidade avançará para a fase amarela. Nesse ponto, serão retomados – além do comércio de rua e praias – shoppings, bares e restaurantes (com restrição de 50%) e eventos esportivos (com restrições).
Nomeada de D.A.D.O, a plataforma reúne dados e algoritmos para facilitar e instrumentar a tomada de decisão sobre qualquer operação de interesse da Cidade. O plano está dividido em indicadores de Risco da Cidade, Risco por Microrregião e Matriz de Prioridade de Abertura de Atividades. O indicador de Risco da Cidade é calculado a partir da análise de índices do sistema de saúde – como a ocupação de UTIs e progressão de casos e óbitos por Covid-19, índice de isolamento social e outros. Já o Risco por Microrregião leva em conta como esses dados se comportam nas diferentes áreas da capital pernambucana.
“As atividades não são 100% seguras, mas há atividades com mais e menos risco, além da importância econômica. Essa abertura por fases permite reduzir o impacto”, explicou o presidente do Porto Digital, Pierre Lucena. A abertura gradual e controlada das atividades será avaliada permanentemente por um comitê composto pela coordenação do D.A.D.O e da Prefeitura do Recife.
“Este é o momento de promover um amplo diálogo com a sociedade para que esse plano seja de toda a Cidade e não só da Prefeitura do Recife”, complementou o prefeito Geraldo Julio.
Fonte: Folha PE
Foto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco