Para mitigar a epidemia do coronavírus que assola o mundo, muitas empresas liberaram seus funcionários para trabalhar em casa. Mas, atenção: aqueles que não estão acostumados a trabalhar de forma remota devem ter alguns cuidados para não prejudicar a saúde. Realizar alongamentos simples e aplicar a ergonomia de forma correta podem fazer uma grande diferença no dia a dia, tanto para movimentar o corpo quanto para garantir uma boa circulação sanguínea.
A fisioterapeuta do SESI Saúde Márcia Heráclio alerta para a importância do trabalhador escolher um local adequado que seja bem arejado, iluminado e sem barulho para executar suas funções com tranquilidade e comodidade. Outro ponto de atenção deve ser a postura. “Assentos ou bancadas inadequadas obrigam o trabalhador a usar posturas impróprias. Se o assento for muito alto pode acarretar em dores nas pernas, nos joelhos e nos pés. Enquanto que se for muito baixo irá prejudicar o dorso e o pescoço. Sentar sem encosto também não é indicado, pois gera dores nos músculos extensores do dorso”, comentou.
Além de escolher uma cadeira confortável que estimula a boa postura, é ideal deixar o monitor na altura dos olhos e manter o teclado, os braços e os cotovelos apoiados, para evitar cãibra nas mãos e nos antebraços. “Se o funcionário for de estatura baixa, deve colocar apoio de pés. A coluna é uma das estruturas mais fracas do organismo, sustentada por diversos músculos que também são responsáveis pelos seus movimentos”, pontuou Márcia.
Não trabalhar na cama e no sofá para não causar desconforto na musculatura, bem como dar preferência a mobílias onde as pernas caibam tranquilamente também são recomendações da fisioterapeuta do SESI Saúde. “A ergonomia impacta diretamente na produtividade, no bem-estar e na saúde. Portanto, o trabalhador deve levantar a cada duas horas para evitar varizes, trombose e celulites. Se alongar também é essencial”, falou.
Além da atenção com a ergonomia, quem trabalha em regime de home office também pode adotar uma rotina de alongamentos para minimizar o desconforto e a dor devido às horas de trabalho sentado. “O trabalhador deve separar cerca de 10 a 15 minutos diários, para realizar exercícios de complexidade baixa, priorizando o pescoço, os membros superiores e a coluna a fim de evitar possíveis lesões. Minha sugestão é optar pelos alongamentos dos grandes grupamentos musculares, como peitorais, dorsais, quadríceps (coxa), pois são de fácil execução”, aconselha o professor de Educação Física do SESI-PE Lucas Figueiroa.
De acordo com Figueiroa, especialista em ginástica laboral, deve-se praticar exercícios antes de iniciar as atividades profissionais e, posteriormente, em um intervalo de duas ou três horas após o início da jornada de trabalho. “É possível usar o próprio ambiente home office para realizar os movimentos e materiais disponíveis na residência, como uma cadeira, cabo da vassoura, uma toalha e parede como apoio”, sugeriu.
De olho na ergonomia e na prática correta dos exercícios físicos, o trabalhador terá diversos benefícios na saúde. “Tudo isso ajudará na prevenção de algumas patologias adquiridas nas atividades laborais, como tendinite, bursite e síndrome do túnel do carpo. A redução das lesões acarreta no aumento da concentração e da produtividade”, destacou Figueiroa.
Fonte: FIEPE
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