Direto de Brasília-DF.
Em 1207 já estava formada a corporação dos Teólogos, com o importante e reconhecimento do Papa. A Teologia até hoje goza de prestígio nas faculdades religiosas e de fato oferece um conhecimento diversificado em bibliologia, geografia, idiomas vários, hermenêutica e em estudos sociológicos.
Na Itália, como dissemos antes, o viés era secular, ou seja, na Universidade de Bolonha ensinava-se Direito e Administração, porque as cidades necessitavam de juristas e administradores.
Os estudos em Bolonha objetivavam e objetivam até hoje, formar estudantes em profissões civis, desvinculadas de proteção e benefícios eclesiásticos e estava baseado em jurisprudência, ou casos jurídicos. A obra mais famosa desse período (século XII) era de autoria de Franciscus Gracianus, autor da codificação do Direito Canônico.
Nos primórdios dos estudos de jurisprudência na mais importante universidade italiana, Bolonha, tomava-se um caso e opinava-se “sim e não” (sic et non), numa dialética que buscava a solução do problema como síntese da discussão.
À semelhança do que ocorreu na Universidade de Paris, em Bolonha os alunos também se organizaram por Nações e já elegem seus próprios Reitores (rector, vem do latim, e significa “aquele que rege” ou dirige uma instituição de ensino).
Thomas Giles ao abordar a importância das universidades elenca os seguintes fatores:
1 – Foram importantes para avanço da cultura, no período medieval;
2 – Foi nas universidades que o acervo do conhecimento se organizou, conservou e pode ser transmitido;
3 – Foi o único lugar no qual assuntos proibidos ou suspeitos puderam ser discutidos com certa tolerância e impunidade;
4 – A função das universidades foi vista desde seu nascedouro como casa de liberdade intelectual;
5 – Tiveram importância ímpar para o processo educativo, pois foram elas que se incumbiram de formar mestres em todos os níveis de ensino; e
Por fim, o autor opina que “de todas as instituições educativas que surgiram desde a antiguidade, é a universidade que exerce mais influência na preparação da época moderna e contemporânea.
Importante, ainda, lembrar que o modelo original das universidades, de serem uma espécie de “cidade universal” que abrigue todos os interessados em conhecimento e na formação de profissionais civis aptos para suprir as necessidades das cidades em desenvolvimento, aos poucos se perdeu na mediocridade de professores que fingem que ensinam e de alunos que fingem que aprendem. Vistas como corporações modernas, muitíssimas se especializaram em “ganhar” dinheiro e vender ilusão.
Continua…