O câncer de mama está entre as doenças que mais afetam as mulheres no Brasil. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o câncer é a principal causa de morte de mulheres no continente americano, sendo o mais frequente o de mama. Nesse cenário, a campanha Outubro Rosa surge como meio de conscientização para a prevenção da doença. Para celebrar o início do mês, o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) realizou, na manhã desta terça-feira (1º), uma ação com música, danças e outras intervenções artísticas com o objetivo de chamar atenção à causa.
O movimento, de proporções internacionais, visa conscientizar para a importância do autoexame e da mamografia, exame de imagem que pode detectar o câncer de mama em seus estágios iniciais e, assim, aumentar a possibilidade de cura. Os primeiros sinais podem ser percebidos através do surgimento de nódulos superficiais nas mamas, notados pela prática do autoexame.
Segundo a coordenadora do departamento de mama do HCP, Denise Sobral, as mulheres precisam fazer a mamografia anualmente a partir dos 40 anos. “É a única forma de ter um diagnóstico precoce e alcançar a cura das pacientes com esse tipo de câncer”, afirmou a mastologista.
“Se a partir da biópsia for detectado algum tipo de câncer, a paciente vai para um tratamento específico. São tratamentos individualizados; Algumas precisam de cirurgias, outras de cirurgias e quimioterapia ou radioterapia. Mas a cura é possível”, complementou Denise. O HCP conta com uma equipe 11 mastologistas e, além dos tratamentos, oferece serviços de fisioterapia e assistência psicológica para as pacientes.
Entre as pacientes que participaram das ações, a atriz Doroteia Nogueira, 60, natural da cidade de Serra Talhada, no Sertão pernambucano, sempre participa das ações vestida com uma fantasia de cangaceira em cor de rosa. Para ilustrar a luta contra o câncer, a atriz criou a personagem “Maria, Amiga do Peito”, inspirada na lendária Maria Bonita.
“A personagem já rodou o mundo e inspira força, uso a coragem das cangaceiras para mostrar a força que nós mulheres temos para enfrentar as dificuldades”, afirmou a atriz, que há 11 anos diagnosticou os nódulos no seio através do autoexame e fez o tratamento no Hospital Oswaldo Cruz. “Descobri no banho, foi muita tristeza. Mas agora quero mostrar às mulheres que há vida após o câncer”, continuou Doroteia.
Para a manicure Elizabete Barbalho, a alegria de participar do evento se misturou com a celebração do seu 74º aniversário de vida. Elizabete, que foi paciente do HCP, passou por cirurgias, sessões de quimioterapia e radioterapia e conseguiu se livrar do câncer de mama. No entanto, decidiu abraçar a campanha e tornou-se voluntária do Hospital. “É muito gratificante participar dessa experiência. Na época do meu tratamento eu contei com a ajuda de pessoas que me abraçaram e conversaram comigo. Hoje, estou nessa situação para ajudar outras pessoas”, disse Elizabete. “É preciso fazer a mamografia todos os anos, sou um caso de sucesso do tratamento porque descobri cedo”, completou.
Câncer de mama
Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) estão previstos aproximadamente 6 mil casos de câncer de mama no Brasil no ano de 2019. Não há uma causa única da doença. Fatores hormonais, ambientais e, em alguns casos, a hereditariedade podem colaborar com o desenvolvimento do câncer. Além disso, é comprovado que os riscos de desenvolvimento da doença são maiores em mulheres com mais de 50 anos.
Fonte: Folha PE
Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco