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EDUCAÇÃO E ENSINO NA ANTIGUIDADE. EPISÓDIO DE HOJE: Roma, o processo educativo e de ensino na República (Parte 6)

Direto de Brasília-DF.

Roma, a cidade bilíngue: o grego e o latim catapultam a cultura, a economia e o poder militar da República e do Império

Concluímos o artigo anterior questionando: Suportará Roma os ventos fortes da mudança? Por qual caminho seguiria o processo de educação e ensino na República e depois no Império Romano?

Com a anexação da Grécia, Macedônia e inúmeras outras províncias, Roma torna-se uma República bilíngue, fato este de impacto na vida de qualquer Nação, pois o fato de falar mais de um idioma de per si exige dilatar o cérebro para outra cultura.

O latim usado para a comunicação de seus cidadãos, agora carecia do idioma grego como complementação, pois era da Grécia que vinha o saber e o novo método de educação e ensino.

Esta situação é parecida com a de nosso mundo atual, principalmente do século XVI aos nossos dias, em que espanhóis e portugueses estabeleceram domínios fronteiriços nos os países de língua espanhola que circundam o Brasil, hipótese que também ocorre com inúmeros outros países.

Os romanos foram mais inteligentes neste aspecto porque nós brasileiros vivemos cercados de hispano falantes e estes de brasileiros, mas ambos tratam o ensino bilíngue como um entrave, uma barreira. Ambos se deram as costas ao invés de tornarem obrigatório o ensino do idioma estrangeiro em seu território.

O que resta a quem vê a dilação cultural como um entrave? Os poucos que dos dois lados desejam estabelecer comunicação terminaram por criar o tal “portunhol”, fórmula idêntica ao que fizeram com o “espanglês”.

Por óbvio que tais mesclas ao permitir a comunicação transcendem a linguagem, mas nem por isto é bonito e saudável para uma língua que levou séculos ou milênios para evoluir e se sistematizar.

Você pode imaginar como a Literatura tornou-se importante dentro desse processo de mescla de povos, línguas e culturas que coexistiram na República e no Império Romano? Desde o Império Grego/Macedônio, sobretudo à partir do Mouseion em Alexandria (por iniciativa da dinastia dos Pompeus) os livros multiplicaram-se e tornaram-se fontes mais seguras de enculturação.

Os escritores, por meio do conhecimento cristalizado nas páginas de seus livros, tornaram-se as veias pelas quais o conhecimento fluía de Ocidente a Oriente e vice-versa.

O escritor romano e ex-escravo de origem grega, Lívio Andrônico contribuiu com várias traduções de livros do grego ao latim, inclusive traduzindo a “Odisseia”, razão porque os aristocratas romanos disputavam ferrenhamente a compra de escravos gregos versados nas mais diversas artes e ciências, os quais são “importados” para viver nas fazendas, mansões ou DOMUS(casas) romanas, a fim de educar seus filhos e futuros cidadãos, inclusive a preços altos.

Nesta fase da República os pais começam a perceber que mais que músculos, seus filhos precisavam de alimento para o cérebro. Possuir conhecimento era a “moda da vez”. Esta associação de pensamento fará Roma dar saltos em conquistas sociais, econômicas e militares, porque é inevitável que o saber catapulta pessoas e países a patamares mais altos, tanto quanto é notório que o desprezo para o processo de educação e de aprendizagem produz nanismo intelectual e profissional, além de raiva e ódio contra quem sabe. Não é esta uma das muitas fonte de bullying nas escolas?

Continua…

Fotos de arquivo pessoal:

Vista externa das casas (domus) dos imperadores.

A domus/casa de Augusto, Sétimo Severo e outros,

vista de dentro do Palatino(morada dos imperadores)

A domus/casa de Augusto, vista de dentro

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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